CORREIO DO POVO | RURAL | PÁGINA 8
Auditorias em propriedades e municípios vinculados ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi) e Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial, Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf) estão sendo desmarcadas por fiscais estaduais agropecuários em protesto contra o parcelamento dos salários dos servidores. A suspensão ou remarcação de serviços deve se estender até que os vencimentos sejam integralizados. O governo anunciou que a previsão é que os salários estejam quitados até o dia 16.
A orientação para que os profissionais não executem atividades fora das suas unidades de lotação foi definida em assembleia da Associação dos Fiscais Agropecuários do RS (Afagro), na semana passada. A presidente da entidade, Angela de Souza, explica que o parcelamento tem feito com que os fiscais não consigam mais honrar seus compromissos, situação agravada por demandas como deslocamento e custos com refeições e pernoites. “Não cabe ao servidor pagar despesas de trabalho. Ele tem que receber diárias antecipadas”, defende Angela. “Não gostaríamos de ter tomado essa atitude, porque gera prejuízo aos municípios e agroindústrias, mas o servidor está com suas questões familiares afetadas”, acrescenta. Ela não soube quantificar o número de auditorias e fiscalizações que já foram desmarcadas.
O diretor do Departamento de Defesa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Antônio Ferreira Neto, diz que a repercussão será medida nos próximos dias. “Compreendemos os servidores, mas o parcelamento não afeta apenas a Agricultura”, comenta, revelando que, por enquanto, não foram percebidos reflexos da suspensão dos serviços.