JORNAL ZERO HORA | NOTÍCIAS | PÁGINA 13
A tabela do Imposto de Renda (IR) acumula defasagem de 83,12% desde 1996, segundo análise do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco).
Conforme o levantamento, se a tabela fosse corrigida pelos índices de inflação acumulados no período, a faixa de isenção para o IR seria de até R$ 3.460,50. Atualmente, os isentos são todos aqueles que possuem renda tributável mensal inferior a R$ 1.903,98.
Entre 1996 e 2016, a inflação registrada (283,87%) foi mais do que o dobro da correção realizada pelo governo na tabela do IR (109,63%). O sindicato afirma que a diferença de R$ 1.556,52 penaliza as camadas de mais baixa renda, que poderiam ter isenção.
Os contribuintes com rendimento tributável de R$ 4 mil se veem obrigados a um recolhimento mensal de R$ 223,41 a mais do que se a tabela fosse corrigida. Ou seja, valor 547,84% acima do que haveria caso fossem aplicadas as reposições inflacionárias das últimas duas décadas.
Em contrapartida, os contribuintes com renda mensal tributável de R$ 10 mil pagam a mais 62,03% do que deveriam. Assim, verifica-se que o ônus de não corrigir a tabela do imposto recai mais aos que ganham menos, sustenta o sindicato.
O estudo levou em consideração a estimativa de 30 de dezembro do Banco Central (Boletim Focus) para o fechamento do IPCA de 2016 em 6,36%.