ZERO HORA | CAMPO ABERTO | PÁGINA 22
Com mais de cem marcas de produtos lácteos no mercado gaúcho, o consumidor deverá ficar ainda mais criterioso na hora de escolher seu queijo. Na terceira fase da Operação Queijo Compen$ado, deflagrada ontem pelo Ministério Público em sete cidades do Rio Grande do Sul (Leia mais na página 14), ficou evidente que não há limites para o crime.
De rótulos falsos a produtos estragados reaproveitados, contendo até coliformes fecais, três fabricantes e duas distribuidoras de queijo ignoraram qualquer cuidado sanitário ou risco à saúde em busca de lucro fácil.
– Quando não tinha mais o que fazer, os fraudadores ralavam o queijo para recolocá-lo no mercado – conta o promotor de Justiça da Promotoria Especializada de Defesa do Consumidor Alcindo Luz da Silva Filho.
O queijo impróprio para consumo, rotulado com nova data de vencimento, era revendido para todo o Estado e para São Paulo, por preço bem abaixo do mercado.
– O consumidor deve desconfiar de algum produto muito barato – orienta o promotor.
Presidente da Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios do Estado (Apil-RS), Wlademir Dall’Bosco informou que nenhuma das empresas envolvidas são associadas à entidade. Independentemente disso, lamenta que crimes como esse, muitas vezes resultantes de fiscalização municipal falha, manchem a imagem do produto:
– Temos que limpar o que está errado.