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7/10/2015 – Descartar mormo em primeiro lugar

Entre os casos de mormo registrados no Rio Grande do Sul nem todos os animais apresentavam sintomas clínicos da doença. No I Workshop Mormo: Diagnóstico e Providências, o professor da Faculdade de Veterinária Universidade Federal de Pelotas, Carlos Eduardo Wayne Nogueira, alertou os mais de oitenta médicos veterinários presentes sobre a necessidade de realizar o diagnóstico diferencial. “O mormo apresenta sintomas semelhantes com diversas outras enfermidades, como o linfoadenite – mais conhecida como garrotilho”, explica. Segundo Nogueira, “somente após descartado o mormo, através de exame laboratorial, o médico veterinário deve partir para a identificação de outras doenças”, alerta.

Além do diagnóstico clínico, o workshop, realizado pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária do RS nesta terça-feira (6), também trouxe a abordagem laboratorial. A diretora do laboratório da Clínica Hípica, recentemente habilitado para a realização de exames de mormo, falou sobre a forma ideal de coleta, identificação e envio das amostras, bem como a forma como os exames são realizados. “Parece pouco, mas o correto preenchimento da requisição pode fazer toda a diferença para a comunicação de um resultado ao serviço oficial”, explica.

A doença, que chegou a ser utilizada como arma biológica na I e na II Guerra Mundial, é considerada emergente em todo o mundo. O Brasil passou de onze estados livres de mormo em 2013, para apenas três este ano, conforme levantamento apresentado pelo coordenador do programa de Sanidade Equina da Secretaria da Agricultura, Gustavo Diehl. O médico veterinário explicou os procedimentos oficiais para o combate à doença e reforçou a importância da realização de exames para a movimentação de animais. Os testes realizados no Rio Grande do Sul, desde o primeiro registro da doença, já chegam a quase 30 mil. “Este número é importante para detectarmos a prevalência e tentar eliminar a enfermidade do estado já que por muitos anos passamos por um silêncio epidemiológico”, afirma.

Ao final do evento, o presidente do CRMV-RS, Rodrigo Lorenzoni, reiterou o que o Conselho vem defendendo desde o primeiro registro, que é “seguir as recomendações dos órgãos oficiais para garantir o controle e a erradicação da doença”. O dirigente anunciou que uma nova edição do Workshop será realizada ainda no mês de outubro, no dia 27.