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18/02/2016 – JC: Existe meia ética?

JORNAL DO COMÉRCIO | ARTIGO | PÁGINA 4

Diariamente, criticamos a falta de ética em diversos setores da sociedade e o famoso “jeitinho brasileiro” que se tornou instituição nacional. Porém muitos que batem forte contra a corrupção e as irregularidades também acabam defendendo ou se valendo de uma ou outra escapada moral. O recente caso do médico veterinário autuado por oferecer “consultas gratuitas” é um exemplo claro. Sua clínica não tinha registro e nem responsável técnico registrado no órgão competente, no caso, o Conselho Regional de Medicina Veterinária de SP. É irregular e não poderia sequer estar atendendo. Você levaria seu animal de estimação a um estabelecimento clandestino? O fato de ele apresentar a bandeira da filantropia levou a uma comoção nacional e revolta contra o órgão, que estava apenas cumprindo seu dever. Entretanto, a filantropia deve ser praticada por inteiro, sem outros fins, sem rendimentos ou benefícios diretos ou indiretos para quem a pratica.

As ações filantrópicas são uma prática comum entre os médicos veterinários. São incentivadas, pois estimulam a cidadania e contribuem para a saúde pública através do tratamento de animais de rua. Entretanto, precisa ter regras. Por que um único médico veterinário pode descumprir estas regras e ser apoiado por grande parte da população? Igualmente com os ambulantes que vendem produtos contrabandeados, lanches sem registro ou cumprimento de regras sanitárias. “Pelo menos estão trabalhando”, dizem muitas vozes. O peso do Estado provoca esta reflexão nas pessoas. Mas como você, que cumpre todas as normas se sente diante disso? Como se sentem os médicos veterinários que gastam tempo e dedicação para elaborar um projeto de filantropia, buscam apoio e parceria com ONGs e dedicam suas horas de voluntariado para tratar e curar animais de pessoas carentes ou de rua? Estes, sim, merecem todo o apoio e respeito da sociedade.

Rodrigo Lorenzoni, Presidente do CRMV-RS

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